terça-feira, 9 de novembro de 2010

O desaproveitamento das nossas capacidades começa bem cedo!

Como seria o mundo se as crianças começassem a ler desde que nascem, tal como fazem com a audição e a fala?

Já se perguntou alguma vez se aprendemos a falar e a escutar desde que nascemos, ou até antes disso, porque não aprendemos também a ler?

Antes de continuar gostaria de o questionar sobre o nascimento. Afinal quando nascemos? No momento da concepção, ou no momento do parto? Ou nalgum momento entre a concepção e o parto? Se é no momento do parto, então qual o significado dos outros meses anteriores desde a concepção? Ainda não nascemos? O que somos durante esse período de tempo?

O problema, retomando o tema da leitura, é que nós fizemos os caracteres de impressão demasiado pequenos para poderem ser lidos por bebês!!!

É quase impossível fazer as letras demasiado grandes para serem lidas mas, é possível fazê-las demasiado pequenas e foi o que aconteceu.

Este é um dos principais fatos que levou à conclusão que crianças novas não podem ler.

Crianças muito novas podem começar a ler desde que, no início, as letras tenham um tamanho suficientemente grande para que elas possam distinguir a diferença entre as palavras. A trajetória visual subdesenvolvida, entre o olho e as áreas visuais do cérebro, numa idade ainda precoce, é que impede a criança de fazer a distinção entre as palavras. A mesma questão se poderia colocar com a audição se ao falarmos com uma criança o fizéssemos num tom suave e muito baixo. Também aí a criança teria muita dificuldade em distinguir as diferenças entre os "sons" das palavras e, por consequência dificuldades em compreender tudo o que fosse dito mais tarde.

Então, se do ponto de vista científico as crianças podem aprender a ler desde bastante cedo, o que tem impedido a divulgação dessa informação bem como a sua aplicação generalizada? Alguns desses mitos serão esclarecidos num próximo texto.

Mas mais interessante ainda, é refletir se crianças pequenas querem ler.


Existem muitas evidências que mostram o interesse genuíno das crianças em aprender. Aliás se existe algum denominador comum a todas as crianças que nascem diariamente, em todo o mundo, é a sua curiosidade e vontade de experimentar a vida.

É difícil, até para os melhores cientistas, terem uma curiosidade que se assemelhe à de uma criança com idade entre os 18 meses e os 4 anos.

Qualquer criança desde que nasce está ávida de experiência e conhecimento. Basta colocar um bebê no chão e observar o que ele faz, deslocando-se em todas as direções, tocando, pegando, cheirando, lambendo tudo ou quase tudo o que o rodeia.

Antes disso ainda nas primeiras semanas após o nascimento também se pode observar como ele olha para tudo à sua volta e escuta todos os sons de maneira interessada.

Assim as crianças, desde muito cedo, podem ler, querem ler e devem ler. O importante é dispor de um método adequado para lhes poder proporcionar esse aprendizado.

A maior parte de nós destrói o interesse em aprender, que como observámos atrás, é genuíno em qualquer criança, limitando as experiências que lhe proporcionamos.

Fazemo-lo não só por termos uma vida muito atarefada, mas também, por subestimarmos as suas potencialidades.

Ainda é muito pequena ... tem tempo para aprender quando for para a escola ... estas são algumas das frases que frequentemente se ouvem. E como nada disto pode estar mais longe da verdade. Como exemplo claramente comprovado podemos dizer que qualquer criança com 2 anos aprende uma língua com mais facilidade do que outra com 3 e qualquer criança com 3 anos aprende muito mais rapidamente e melhor uma língua do que outra com 4 e assim sucessivamente. A capacidade de aprender de uma forma fácil e intuitiva vai diminuindo à medida que vamos crescendo.

Como seria maravilhoso se, em vez de subestimarmos as capacidades das crianças, as apreciássemos e encorajássemos, proporcionando-lhes ao mesmo tempo o máximo de oportunidades de aprendizado e diversidade de experiências.

Se é pai de uma criança com menos de 5 anos ou, se se está a preparar para ser pai, desafio-o a proporcionar ao seu filho a oportunidade de aprender a ler!