segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Descondicionamento

Após vários anos de pesquisa e desenvolvimento surge o Descondicionamento como um método de terapia e autoconhecimento, simples e acessível para qualquer pessoa que procure respostas efetivas para as suas dificuldades, quer elas sejam ao nível de relacionamentos, aprendizado ou outras l.

Todas as designações antes utilizadas como, PTI, ARC, etc os quais ficam a partir de agora obsoletas.

Por este motivo foi criado um outro espaço especialmente dedicado ao Descondicionamento:


para onde migrarão algumas matérias com ele relacionadas e que atualmente se encontram neste espaço.

Pontos de Vista está a ser reorganizado de forma a voltar ao formato original e assim  manter-se fiel ao seu propósito inicial. 


Grato pela compreensão

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O olhar para dentro e o olhar para fora


Desde que comecei a pesquisa que me levou ao método que hoje utilizo no meu atendimento, e até há pouco tempo, pensava que a minha busca pela paz interior e a auto-realização nunca iria terminar. E a questão é que embora a minha proposta seja de limpeza e eu mesmo já tenha feito uma boa faxina interna, ainda não me tinha apercebido que, fora das sessões  mantinha continuamente o meu foco no exterior.

Foi a partir do momento em que comecei a olhar para dentro, observando o que se estava a passar dentro de mim em cada momento, que a minha vida realmente começou a tomar outro rumo, ou seja,  aquele que eu inconscientemente desejava há muito tempo, o da consciência e paz  interior.

Provavelmente o leitor também se encontra nessa busca incessante por algo no exterior, como forma de realização. Procura o complemento  através de um relacionamento, de um automóvel, de um filho ou filha, de um apartamento, de um curso, de mais dinheiro, etc.

Infelizmente nenhum dos aspectos citados  pode nos completar, porque já somos completos, com o único detalhe, de que ainda não nos apercebemos...

E enquanto nos mantivermos focados fora estaremos longe do objetivo. Alguns ao fim de muitos anos de busca e já desesperados, rendem-se e mudam o foco para dentro, aceitando-se como são.

Essa é a grande ilusão em que vivemos, o exterior. Nada se passa fora, tudo se passa dentro.

Ao longo do processo evolutivo neste planeta e devido à nossa natureza humana, há um momento em que por diversos motivos, nos abandonamos e passamos a viver em função do exterior e dos outros. 

Começamos assim a assumir um papel de vítima que perdura normalmente ao longo do resto de nossa vida, abandonando a nossa essência naturalmente criadora. Responsabilizamos os parentes, os chefes, os governos, os pais, a sociedade, os filhos e etc, pelos nossos males, as nossas desgraças. Passei grande parte da minha vida fazendo isto até que me apercebi que eu era o criador, realizador e único ator da minha vida. 

Percebi também que tudo o que está fora e me toca, de alguma forma está também dentro. Fui uma vítima perfeita até há pouco tempo!

Interessante é verificar que na maior parte das vezes quando eu verdadeiramente aceito com o coração o que é em cada momento, se dá uma transformação, onde antes havia luta e resistência.

A liberdade interior é algo que só se reabilita quando se abandonam posições rígidas, certezas absolutas, necessidade de controlar devido à sensação de não se ser completo, de faltar sempre algo.  O sistema que desenvolvi para alcançar essa liberdade passa fundamentalmente pela libertação emocional e relacional.

Se é verdade que tudo onde colocamos a atenção tem tendência a crescer e por esse motivo devemos colocar a atenção no que queremos e não no que não queremos, também é verdade que se eu tiver a casa completamente inundada tenho que colocar a atenção nela, retirando toda a água, etc., caso contrário ficará inabitável e irrecuperável.

Assim no sistema que desenvolvi convido à libertação emocional e relacional através do foco consciente em si  mesmo.

Proponho ao leitor que faça agora uma pausa na leitura e coloque a atenção no seu interior, na sua mente, nas suas emoções e no seu corpo.  Observe o que se está a passar dentro de si, consigo mesmo.

Se estiver a sentir vontade de chorar, não reprima e chore porque é o que está lá ... Se sentir raiva, dê umas pancadas numa ou com uma almofada... Se sentir medo, permita-se senti-lo... Se sentir vontade de se espreguiçar, espreguice-se...  de rir, ria porque é o que está sentindo vontade de fazer! Seja livre neste momento!!!

Aquele que está a observar o seu interior, é o leitor. As emoções e o eventual mal estar irão desaparecer à medida que as conseguir apenas observar, sem se envolver com elas, sem lhes acrescentar energia. Com  a prática irão desaparecendo, camada atrás de camada.

Imagine uma cebola e o leitor encontrando-se no centro. A camada mais externa corresponde aquilo que está a viver neste momento e que está a mostrar para o exterior. Enquanto não dissolver todas as camadas que rodeiam o espaço central, não saberá quem é verdadeiramente! Não encontrará a paz interior duradoura, que sempre lá esteve. Continuará procurando e olhando para fora.

À medida que desenvolve essa prática o sofrimento começa a desaparecer, a luta acaba e começa a experimentar a vida na sua plenitude.

Começa a verificar que antes dava todo o poder ao exterior. Que todo o poder que agora sente, sempre lá esteve. Apenas o leitor estava distraído olhando para fora.

Quase todo o ser humano está focado naquilo que lhe falta em lugar de agradecer tudo o que tem. Hoje cultua-se essa abordagem. Verifica-se que muitas pessoas alcançam os objetivos que se propõem  através do foco constante no que querem. O que não se questiona é o grau de satisfação e nível de consciência que alcançam após a obtenção dos seus objetivos. De alguns sabe-se que entram em depressão, ficam adictos de álcool, drogas, etc.

Que fique bem claro que nada está errado quando se pretende e se alcançam bens materiais. O que é importante é compreender que não são  eles a fonte da alegria e da paz interior, da auto-realização, etc.

Tudo o que é externo é fonte de satisfação temporária, apenas as experiências internas são eternas!!!

Enquanto  o homem procurar fora a sua realização, bem poderá procurá-la porque nunca a irá encontrar. Pelo contrário, estará cada vez mais insatisfeito.

Procure observar no dia a dia que não são as situações que o irritam, é o leitor que se irrita com as situações! O leitor poderá perguntar:  mas Fernando, o que quer que eu sinta quando a minha filha não me escuta e me responde gritando?

Reflexão:

No Ocidente quando alguém abandona o corpo (morre), toda a família fica triste e chora muito não vendo outra forma de agir (reagir...)

Na Índia, por exemplo, na mesma situação, as pessoas fazem uma festa.

Será que  os Indianos são todos insensíveis à “morte” ou são todos loucos e nós somos muito inteligentes e sensíveis?

Estaremos nós certos, ou os indianos? Haverá apenas uma única verdade? Qual a relação efetiva entre “morte” e alegria ou tristeza?