segunda-feira, 24 de maio de 2010

Da Iridologia "Física" à Iridologia Integral


A íris é um fabuloso “espelho”, onde podemos ver refletido as sutilezas da vida.
Através da íris podemos ver como transformar os desequilíbrios emocionais, físicos, mentais e espirituais.
Conheci a Iridologia há mais de vinte anos quando buscava respostas para algumas dificuldades que estava a atravessar. As fontes que contatei não foram talvez as melhores e fiquei desapontado com a experiência. Parecia uma forma de adivinhação sobre doenças e pouco mais.
Faz agora aproximadamente dois anos quando tive a oportunidade de assistir a uma palestra sobre Iridologia e as Diáteses (segundo Trousseau a Diátese é uma predisposição congênita ou adquirida, porém essencial e invariavelmente crônica, em virtude da qual se produzem alterações múltiplas na forma, porém, únicas na essência) e me voltei a interessar pelo tema.
Pesquisei na net e constatei que ia realizar-se no ano seguinte (2009) um curso de Iridologia Integral em Florianópolis com um dos maiores especialistas da atualidade em Iridologia, o Prof. Clodoaldo Pacheco.
Fiz a formação que foi excelente e a partir daí integrei a Iridologia no meu atendimento como forma de análise da condição física, mental e emocional.
Recentemente tive a oportunidade de conhecer o Dr. Daniele lo Rito também ele uma das maiores sumidades mundiais em Iridologia, num curso sobre Biografia Humana e sua demonstração através da Íris.
Foi mais uma fantástica experiência que veio reforçar em mim o papel que a Iridologia desempenha atualmente, como excepcional ferramenta nas áreas da saúde e do auto-conhecimento.
Hoje através da observação e da análise da íris é possível obter uma compreensão profunda do ser humano nas suas diversas dimensões, física, mental, emocional e até espiritual.
A partir de uma correta análise da íris existem diversas abordagens que podem ser utilizadas com o objetivo de ajudar o ser humano a voltar à condição de equilíbrio.
Entre elas utilizamos com excelentes resultados, principalmente o Descondicionamento e a Terapia Flor de Íris, entre outras.
A íris nos leva da compulsão à dádiva, da divisão à totalidade.
O VERDADEIRO AMOR É INCONDICIONAL

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Apontamentos sobre o Eneagrama


O homem esquece-se de si mesmo sem cessar. Sua impotência em lembrar-se de si é um dos traços mais característicos de seu ser e a verdadeira causa de todo o seu comportamento.
Vocês se esquecem sempre de si mesmos, vocês nunca se lembram de si mesmos. Vocês não sentem a si mesmos; vocês não são conscientes de si mesmos.
...
Para chegar a observar verdadeiramente, é necessário, antes de tudo, lembrar-se de si mesmo.
Não nos lembramos de nós mesmos, vivemos, agimos e raciocinamos dentro de um sono profundo, dentro de um sono que nada tem de metafórico, mas é absolutamente real; e, no entanto, podemos nos lembrar de nós mesmos, se fizermos esforços suficientes; que podemos despertar.
A lembrança de si mesmo é a chave que nos permite compreender que não somos nossas "máscaras" (personalidades), que elas não são o ser real e que é possível observar nosso "traço ou defeito principal" compreendendo que podemos chegar a transmutá-lo em seu oposto "virtuoso"
Uma das características fundamentais da atitude do homem para consigo mesmo e para com os que o rodeiam [é] sua constante identificação com tudo o que prende sua atenção, seus pensamentos ou seus desejos e sua imaginação. A Identificação é um traço tão comum que, na tarefa da observação de si, é difícil separá-la do resto. O homem está sempre em estado de identificação;apenas muda o objeto de sua identificação.
O único modo de superar a identificação é aprendendo a desidentificar-se, já que sómente desta maneira se poderá conseguir a "lembrança de si": ... para aprender a não se identificar, o homem deve, antes de tudo, não se identificar consigo mesmo, não chamar a si mesmo 'eu', sempre e em todas as coisas. Deve lembrar-se de que existem dois nele, que há ele mesmo, isto é, um 'eu' (o verdadeiro ser, o observador) e o outro (a máscara, o falso eu), com quem deve lutar e a quem deve vencer se quiser alcançar alguma coisa. Enquanto um homem se identifica ou é suscetível de identificar-se, é escravo de tudo o que lhe pode acontecer. A liberdade significa antes de tudo: libertar-se da identificação.
A consideração interna é um pensar, refletir, examinar, imaginar, somente voltado ao sujeito que considera e relaciona tudo apenas com suas "necessidades". Não existe um pensar "considerando o que está fora" do sujeito, ou seja, considerando as pessoas, as situações, as necessidades, os sentimentos e estados de ânimo dessas pessoas, desses outros. A consideração interior é como um muro que nos separa da realidade tal qual ela é. A consideração interna não nos permite agir de acordo com as mudanças, as nuances, apenas podemos enxergar nossas"ideias", nossas "opiniões", nossos "medos". Na consideração interior também existe uma "projeção" ao exterior daquilo que eu sinto, penso ou acho de uma situação dada. Um dos poderes de "Maia" é fazer as coisa aparecerem como elas não são.
Temos duas vidas, uma interior e outra exterior, por conseguinte temos duas espécies de consideração.
Devemos parar de reagir interiormente, aquele que conseguir isso será mais livre.
O melhor meio de ser feliz nessa vida é poder considerar sempre exteriormente - nunca interiormente.
Todos temos, em maior ou menor grau, algo de todos os "Traços" e suas combinações, sendo que, um deles é o mais "forte" e característico.
O homem não tem 'Eu' individual. Em seu lugar há centenas e milhares de pequenos 'eus' separados, que, na maior parte das vezes, se ignoram, não mantêm nenhuma relação entre si ou, ao contrário, são hostis uns aos outros, exclusivos e incompatíveis. A cada minuto, a cada momento, o homem diz ou pensa 'Eu'. E a cada vez seu 'eu' é diferente.... O homem é uma pluralidade. O seu nome é legião.
O Traço principal seria,entre todos os "eus' que habitam nosso mundo interior, o "eu" falso mais forte, aquele que comanda a "máscara"/persona.
A grande conquista interior passa necessáriamente pelo controle, transmutação(ou até a "morte" de alguns deles) e governo de todos os pequenos "eus" por um único "Eu", permanente, reflexivo e consciente. Isto é o que torna "indivíduo" (sem divisões interiores), aquele que conquista a "máscara" ou personalidade. Enquanto o Traço Principal não for conquistado, o comando da "personalidade" ficará a cargo de um "falso eu" e de todos os que a eles estão atrelados. Sómente o profundo conhecimento de si mesmo poderá devolver o comando da persona ao "verdadeiro Eu"
Quando nos tornamos conscientes de nosso Traço Principal e consciente dos demais "eus" que habitam nosso complexo e labiríntico mundo interior, quando podemos ser conscientes dos "eus" que, sem ser os principais, também influenciam no "esquecimento de si mesmo", na "identificação" e na "consideração interna", aí então é que o Eneagrama se torna verdadeiramente valioso e supera os limites de uma mera "tipologia psicológica".

baseado nas obras de Khristian Paterhan, Gurdjieff e Ouspensky

terça-feira, 18 de maio de 2010

Iluminação - O que é?

Havia mais de trinta anos que um pedinte se sentava na berma de uma estrada. Um dia, passou por ali um estranho. “Alguma moedinha?” pedinchou o pobre, estendendo automaticamente o seu boné de basebol. “Não tenho nada para te dar”, disse-lhe o estranho. Depois perguntou: O que é isso em que te sentas?” “Nada”, respondeu o pedinte. “Apenas uma caixa velha. Sento-me nela desde que me lembro.” “Algum dia viste o que tem dentro?” tornou o estranho. “Não”, respondeu o pobre. “De que me serviria? Não há nada lá dentro.””Vê o que tem dentro”, insistiu o estranho. O pedinte conseguiu forçar a tampa. Com surpresa, incredulidade e exaltação, verificou que a caixa estava cheia de ouro.

Eu sou aquele estranho que não tem nada para te dar, mas que te diz para olhares para dentro. Não para dentro de uma caixa qualquer, como na parábola, mas para dentro de uma coisa ainda mais próxima: para dentro de ti próprio.
“Mas eu não sou um pedinte”, dirás tu.
Todos aqueles que não encontraram a sua verdadeira riqueza, que é a radiosa alegria de Ser e a paz profunda e inabalável que a acompanha, são pedintes por maior fortuna material que possuam. Esses, para terem valor, segurança ou amor, procuram fora de si farrapos de prazer ou de realização pessoal, enquanto que dentro possuem um tesouro que, não só inclui todas aquelas coisas, mas é também infinitamente maior do que tudo o que o mundo tem para lhes oferecer.

A palavra iluminação invoca a idéia de uma realização sobre-humana, e o ego gosta de a manter dessa forma, mas ela não é mais do que o teu estado natural de unicidade sentida com o Ser. É um estado de ligação com alguma coisa de incomensurável e indestrutível, com uma coisa que paradoxalmente, tu és essencialmente e, no entanto, é muito maior do que tu. É encontrares a tua verdadeira natureza por detrás de um nome e de uma forma. A incapacidade de sentires essa ligação dá origem à ilusão de separação, tanto de ti próprio como do mundo à tua volta. Tu tens então a percepção de ti próprio, consciente ou inconscientemente, como um fragmento isolado. Surge o medo, e o conflito interior e exterior torna-se uma norma.
Gosto da definição simples que Buda deu da iluminação: “o fim do sofrimento”. Não há nada de super-humano nisto, não é verdade? É certo que, como definição, é muito incompleta. Apenas te diz o que a iluminação não é: não é sofrimento. Mas o que resta quando deixa de haver sofrimento? Buda mantém silêncio quanto a isso, e o seu silêncio significa que tens de o descobrir sozinho. Ele utiliza uma definição negativa para que a mente a não possa transformar numa coisa a acreditar ou numa realização sobre-humana, numa meta que não possas alcançar. Apesar desta precaução, a maioria dos budistas ainda acredita que a iluminação é para Buda, não é para eles, pelo menos na vida presente.

Empregou a palavra Ser. Pode explicar o que entende por isso?

O Ser é a Vida Única, eterna e sempre presente para além da miríade de formas de vida sujeitas ao nascimento e à morte. No entanto, o Ser não está apenas para além de, está igualmente dentro de, cada forma como sua essência mais profunda, invisível e indestrutível. Significa isto que lhe tens acesso agora sob a forma do teu Eu mais profundo, da tua verdadeira natureza. Mas não procures agarrá-lo com a tua mente. Não tentes compreendê-lo. Só o poderás conhecer quando a tua mente estiver aquietada. Quando estiveres presente, quando a tua atenção estiver plena e intensamente no Agora, o Ser poderá ser sentido, mas nunca poderá ser compreendido mentalmente. A iluminação é recuperar o conhecimento do ser e manter-se nesse estado de “sentir –percepção”.


Retirado da obra de Eckhart Tolle "O Poder do Agora"

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Fontes do Descondicionamento


Zamolxis, ...prossegue, "que se tu não deves tentar curar os olhos sem a cabeça, ou a cabeça sem o corpo, então também não deverias tentar curar o corpo sem a alma; e esta," disse ele "é a razão pela qual a cura de muitas doenças é desconhecida para os médicos de Hellas, porque eles são ignorantes do todo, que deveria ser estudado também, pois a parte nunca pode estar bem a menos que o todo também esteja bem."

Para o bem e para o mal quer seja no corpo quer na natureza humana, origina-se, como ele declarou, na alma, e transborda daí, como se da cabeça para os olhos. E portanto se a cabeça e olhos estão bons, deverá começar por curar a alma; essa é a primeira coisa a fazer."Não vamos permitir que alguém" disse ele, "o persuada a curar a cabeça, antes que lhe dê a sua alma para ser curada..."

Citando Platão em Cármides ou Do Conhecimento:

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Os Terapeutas do Deserto

(texto baseado na obra de Jean-Yves Leloup)

O homem desperto não é o homem extraordinário, fantástico que tem um grande poder.

Um discípulo diz a Buda:
Pratiquei muito o domínio da matéria e agora posso andar sobre as águas. Estou muito feliz! Espiritualmente, a que nível cheguei? Que vale esta realização? Qual o valor deste poder?

Buda lhe responde:
Vá perguntar o preço da passagem ao barqueiro, na margem do rio.

Fazendo o que Buda lhe pediu viu que não era muito caro, que não valia muito.
...
O que se passa para que um de nós que tem uma vida considerada normal, queira de repente, mudar de vida?

Uma mudança de vida será uma travessia de sombra e de luz, com momentos de imensa felicidades e momentos de aflição e solidão. Porquê então querer mudar?

Porque passamos por uma experiência limite de felicidade ou de sofrimento. Na maior parte das vezes o motivo é este último, o mergulho na sombra.

Aí procura alguém que o possa esclarecer sobre o que acaba de lhe acontecer. A função dessa pessoa é em primeiro lugar tranqüilizar sobre o que está a acontecer.

Deverá ser também um guia espiritual, que não somente escuta e interpreta, mas também nos dá diferentes meios, exercícios e práticas que vão permitir retomar o contato com essa experiência inesperada e integrá-la em nossa existência.

O papel do terapeuta ou do acompanhante espiritual é sempre de nos recolocar e marcha. E nessa marcha passamos de uma imagem de nós mesmos, à qual podemos nos apegar, a uma outra imagem de nós mesmos, mais profunda, mais real. Isto supõe que sejamos capazes de abrir mão do antigo. E por isso, às vezes, necessitamos de acompanhamento.

Reencontrar o nosso desejo mais íntimo. Não o que meus pais desejaram para mim, não o que deseja a sociedade, mas o que eu realmente desejo. O terapeuta, por sua escuta, por sua inteligência e sua compaixão, pode acompanhar alguém em direção à sua própria palavra, não a palavra repetida ou aprendida, mas a palavra do seu ser profundo. E vai acompanhar seu amigo no caminho em direção ao seu próprio desejo.

Vá para você mesmo. Eu estou com você! Não se trata de falar no lugar da pessoa, de pensar em seu lugar, não se trata de desejar em seu lugar. Trata-se de descobrir o seu próprio desejo e a sua própria palavra.

O terapeuta é aquele que, através da fraternidade, com todas as dimensões do ser, cuida também desse processo de síntese que está operando em cada um de nós, nos momentos de alegria e nos momentos de crise.
...
A sombra é a parte reprimida de nós mesmos. Falar muito de luz atrai muita sombra.

Não há caminho para a luz que não faça a travessia da sombra. Não se trata de procurá-la, não se trata de se comprazer nela, trata-se de atravessá-la. Na natureza fascinante e bela ou na natureza aterradora e destruidora há também a experiência da arte.

O objetivo desse trabalho com a sombra em uma dimensão ou outra do nosso ser é um trabalho de lucidez, é o trabalho do herói que enfrenta seus monstros interiores, que enfrenta os seus medos. Mas isso é feito para que nasça o ser autêntico, o ser centrado, no ser Essencial.
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As novas idéias são primeiro ignoradas, depois ridicularizadas, depois violentamente combatidas e enfim adotadas pelos que sempre as combateram e que passam a dizer: eu sempre falei isso...
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Talvez o ser humano seja a maior descoberta deste século!