sábado, 16 de outubro de 2010

O primeiro grande trauma desta nossa vida

Por razões que nada tem a ver com as necessidades da criança, a prática tradicional de cortar o cordão umbilical imediatamente após o nascimento, constitui o primeiro grande trauma desta nossa vida. Cortando o fornecimento de oxigênio abruptamente e, atirando-nos para um extremo stress no meio de uma enorme transição, leva-nos a adotar padrões respiratórios restritivos que, na maior parte dos casos se mantém durante o resto de nossas vidas. Os nossos finos pulmões cheios de fluidos tiveram que se abrir muito rapidamente. Ao sermos forçados a respirar pela primeira vez de forma inesperada e num estado de pânico, somos induzidos em sensações de sufoco e abandono. Somos levados a aceitar a respiração de acordo com a vontade e o tempo de outra pessoa.

No momento do nascimento, cada um de nós, estabelece as bases da sua futura relação com o corpo e com a própria respiração. Para a maioria, como descrevemos, é uma experiência traumática. Muitos nascemos num hospital, onde o parto é considerado uma emergência médica.

Com certeza que a natureza deseja que esta transição seja uma experiência mais gradual, suave e prazerosa. Para a maioria, no entanto, a primeira respiração prematura foi uma experiência dolorosa e a partir daí adotou a crença que é doloroso respirar. A partir desse momento, muitos de nós resistimos a respirar por causa desta crença subconsciente aprendida de que respirar dói. Doeu de muitas maneiras.

Muitos de nós ainda lutamos de forma frântica para reganhar um senso interno de dignidade e controlo que foi perdido no meio de um processo de nascimento que desrespeitou as nossas necessidades básicas.

A mensagem foi clara: Respira como nós queremos, ou morre!!! Foi literalmente uma questão de vida ou morte.

A nossa forma de respirar torna-se restrita a partir da nossa primeira respiração. Posteriormente e como parte integrante da socialização, ao retermos os nossos sentimentos continuamos a condicionar a nossa respiração. Afastamo-nos assim, ainda mais, de nós mesmos ...

Ao não respirarmos completamente, sofremos. A nossa vida permanece marginal.

A boa notícia é que podemos mudar tudo isto com o Descondicionamento!!

Com base nalguns textos de Judith Kravitz criadora da Fundação para a Respiração Transformacional