Pessoalmente poderia dividir em dois grupos os pais que me contatam a solicitar ajuda através da TpT. Um dos grupos constituído pelos pais que assumem a co-responsabilidade pela maioria das dificuldades que enfrentam no relacionamento com seus filhos, e o outro formado por todos aqueles que reclamam dos filhos, culpabilizando-os por tudo o que lhes desagrada.
Os primeiros
conseguem, através dos processos adequados de TpT, harmonizar o seu ambiente
familiar ao fim de algumas sessões. Já os do segundo grupo, na maior parte das
vezes, desistem após o primeiro contato. Estas linhas são dedicadas em especial
a eles.
Educar os
filhos em liberdade é algo que só está ao alcance daqueles pais que vivam essa
mesma liberdade. Feliz ou infelizmente não existe manual explicativo sobre como
o fazer.
Quando éramos
crianças conseguíamos naturalmente expressar e liberar com facilidade aquilo
que sentíamos, até que nos ensinaram a guardar o que sentimos, pensamos, etc.
A melhor maneira
de aperfeiçoarmos a relação com nossos filhos passa pelo aperfeiçoamento da
relação conosco mesmos, alcançando a nossa própria liberdade pessoal.
Apesar da
questão do “conhece-te a ti mesmo” ser milenar, a grande maioria da humanidade
ainda insiste em viver focada no exterior, no outro, responsabilizando-o por
seus males ou tentando modificá-lo e controlá-lo a seu jeito.
Por muito
que possa parecer inverossímil , o paradigma relacional da co-responsabilização,
considera que todos os intervenientes num cenário familiar, estão de alguma forma, de acordo em
co-criar todos os momentos de dificuldade em suas vidas. Nele, todas as partes
envolvidas têm o mesmo nível de responsabilidade.
Ainda de
acordo com este modelo, devemos considerar os diversos tipos de dificuldades
que podem surgir nas relações entre pais e filhos, incluindo a importância da questão
da individualidade e do livre arbítrio.
Entre as
dificuldades podemos incluir comportamentos,
- considerados “indesejáveis” como, gritar aos pais
- aditivos como, vicio em computadores, celulares, televisão, drogas, álcool, etc. ou,
- considerados “normais” como ser verdadeiro e vulnerável, comunicando o que se sente e se pensa.
Este ultimo aspecto,
apesar de ser sinônimo de liberdade, própria de uma criança “normal”, infelizmente
ainda é reprimido por muitos pais conduzindo a imensas dificuldades mútuas, por
exemplo, quando os pais os induzem a fazer cursos que dão (dinheiro)
desviando-os das suas verdadeiras vocações.
Para quem
ainda não conhece recomendaria muito a assistir o filme: “Os 3 idiotas” em:
www.youtube.com/watch?v=O_H68ca1WG8
Poderemos
ainda incluir entre as dificuldades, aquelas que resultam da necessidade de
conviver com algum tipo de doenças infantis e que, muitas vezes se perpetuam ou
deixam marcas para o resto da vida, como otites e amigdalites de repetição que
hoje são modernamente resolvidas através de extração (fácil e absurda solução
se considerarmos a sua origem psicossomática, na maior parte dos casos), entre
outras. Além de que grande parte das doenças que tem origem psicossomática
começa bem cedo em nossas vidas, muitas vezes decorrente de stress relacional.
Retomando o
tema da responsabilidade é importante distinguir entre responsabilidade e
culpa!
Quando nos
sentimos culpados colocamo-nos como vítimas, impotentes, como se nada pudéssemos
fazer para modificar a nossa vida. O sentimento de culpa foi inculcado em nosso
inconsciente através da ação de uma Matrix mental que não percebemos.
Este aspecto conduz-nos
também a uma visão dualista da vida, onde somos levados a pensar que não pode
haver dois culpados por uma mesma situação. Por este motivo temos a tendência de culpar os
outros, do que nos incomoda. Ao fazê-lo pensamos que saímos do papel de culpado
(responsável) com o álibi perfeito: como me posso responsabilizar pelos atos do
meu filho? Ele é assim!
Assumamos a co-responsabilidade
em todos os nossos relacionamentos, incluindo aquele que temos com nossos
filhos!!! Ao fazê-lo pensaremos: o que é que posso fazer para melhorar a
situação?
Quando não
gostamos do comportamento de um filho seria bom, antes de fazer qualquer outra
coisa, observar e libertar o sentimento que ele gera dentro de nós. Causa-nos
tristeza, raiva, algum tipo de desconforto?
Seguidamente
seria importante comunicar-lhe o que pensamos, mas sem projetarmos os
sentimentos (carga) negativos, estando ao mesmo tempo abertos e receptivos para
escutar seus pontos de vista. Às vezes estamos falando com carinho, mas
interiormente, além de o fazermos sentir errado, estamos projetando raiva, irritação
ou qualquer outra emoção, que o leva a reagir, apesar das nossas bonitas
palavras. Este é um dos motivos principais
pelo qual as nossas conversas muitas vezes não resultam.
Um bom
exemplo da co-responsabilidade sucede quando nós ensinamos nossos filhos a
mentir e depois os culpamos por mentirem!!! Eles contam-nos uma experiência que
tiveram , nós discordamos, damos uma lição de moral e dizemos que não queremos
que se volte a repetir... Posteriormente depois de repetirem a mesma experiência,
contam-nos uma historia de nosso agrado e nós ficamos contentes por eles terem
mudado ... Um dia, vimos a saber que fomos enganados e aí, ai de nós termos
alguma responsabilidade nisso, eles é que são mentirosos... e são, por medo de
represálias...
Raros pais
se perguntam: O que é que o meu filho está a ensinar-me? O que tenho a aprender
com ele? (em lugar do tradicional – o que é que eu tenho que ensinar ou mudar
no meu filho?
Como a TpT o
pode ajudar a resolver as dificuldades com nossos filhos:
- Com o objetivo de ajudá-los a serem eles mesmos, são propostos processos terapêuticos, para harmonizar e reequilibrar o seu campo eletromagnético, eliminando tudo aquilo que não é deles como, por exemplo, emoções negativas retidas.
- Através de outros processos terapêuticos é efetuada a harmonização da relação entre os pais e o filho, resgatando a paz interior, a liberdade e o amor incondicional, pela libertação dos apegos e das cargas acumuladas por ambos no passado, passando a ser cada um aquilo que é, deixando o outro ser!
Os
resultados (leia-se harmonização dos relacionamentos) alcançados através da TpT
na maioria dos casos são excelentes. A rapidez de resolução depende da
gravidade de cada caso e do empenhamento de quem vai fazer os processos.
Lembremos que
a um nível mais profundo tudo está sempre perfeito como está, em cada momento e
que cada um de nós também faz sempre o melhor que está ao seu alcance em cada
momento, incluindo nossos filhos!