terça-feira, 10 de maio de 2011

Homenagem ao dia das MÃES

Como homenagem ao dia das mães decidi escrever estas palavras a todas as mulheres que tiveram a coragem de assumir essa valência da vida, tão importante e exclusiva, ser MÃE!

Há alguns anos, ao assistir a uma palestra motivacional o orador, a propósito da forma de viver dos seres humanos, usou uma imagem que eu gostaria de utilizar hoje para abordar este tema.

Dizia ele que havia dois tipos de pessoas, umas que viveriam a vida como as galinhas, pondo ovos aqui e ali sem grande compromisso e outras que viveriam comprometidas com a própria vida, como os porcos que dão a vida para nos alimentar.

E o que os porcos e galinhas têm a ver com o dia das mães?

Nada, a não ser que as mães são com as devidas proporções, como os porcos, dão a
vida por outra vida. Já os pais, são mais parecidos com as galinhas, põe “lá” os espermatozoides e ... pronto, já fiz a minha parte! Infelizmente esta situação é muito mais comum do que seria recomendável.

Haverá alguma outra faceta da vida que seja mais nobre do que dar a vida por outra vida?

Enquanto seres humanos, você e eu ainda passamos pela barriga da nossa mãe, sem a qual não existiríamos como ser vivo. Devido a essa nossa condição humana, todos nós sem exceção necessitamos, em condições normais, de aproximadamente 9 meses de gestação antes de nascermos pela segunda vez. O verdadeiro momento do nascimento é o momento da concepção, ou será que não? Se não é aí que nascemos então, quem ou o que é que fica todo aquele tempo dentro do ventre materno?

Habitualmente dizemos que nascemos no dia tal ou tal como se fosse o primeiro dia da nossa vida, quando na verdade nos estamos a referir ao momento do parto.

O propósito deste texto não é discutir quando nascemos, mas sim enaltecer ainda mais as mães, que durante nove meses, dão uma tamanha mostra de amor incondicional, permitindo que o ser que transportam com elas, se desenvolva até chegar o momento do parto.

Ser mãe, por incrível que pareça, começa com a decisão de o ser. A partir desse momento desenvolve-se um processo que é interminável, ou seja, ser mãe transcende em muito o parto. O período que medeia entre o a concepção e o parto, é fundamental para a vida de ambos, mãe e filho, em especial para a criança por se encontrar ainda numa fase muito precoce e dependente da sua vida.

Há mães para as quais terem mais um filho é uma sobrecarga (forçadas a conceber mais um filho, na maior parte das vezes pelos próprios maridos) e que por esse motivo no momento da concepção se sentem rejeitadas, desrespeitadas e incompreendidas pelos seus parceiros. Que tipo de pensamento, emoção terá ou sentirão essas mães no momento do coito?

Mesmo assim a maior parte destas mães consegue logo após alguns dias de saber que estão grávidas, modificar o seu estado de espírito de forma a acolherem os seus filhos da melhor maneira possível nesse período tão sensível que é a gravidez. Ter filhos para constituírem mão de obra futura nos seus lares é habitualmente ideia de homens, e não das mães.

Muitas mães são, nalguns casos, maltratadas, discriminadas ou traídas pelos próprios maridos ou companheiros ou namorados, durante esse processo o que torna a sua experiência de maternidade mais dolorosa para elas mesmas e para o ser que se encontra em desenvolvimento dentro do seu corpo. O equilíbrio psicoemocional é na maioria destas situações quase impossível de se obter. Mesmo assim, heroicamente elas seguem em frente até chegar o momento de dar à luz o seu filho.

Como seria bom que cada vez mais pais tomassem consciência do seu papel e apoiassem as suas esposas nesse momento tão belo e ao mesmo tão sensível de suas vidas.

Algumas mães, felizmente muito poucas, que não conseguem resistir à dureza das suas experiências e precisam ser respeitadas por isso, cometem atos de negação da vida aos seus filhos quando não até a elas mesmas.

Outras, em menor número, se desfazem dos filhos logo após o nascimento, mas nem mesmo assim deixam de ser mães dessas crianças.

Felizmente hoje as futuras mães dispõem de muitos meios através dos quais podem ser esclarecidas sobre o processo de maternidade, quais as suas responsabilidades no coito, durante a gravidez, no parto e após o nascimento do filho, como alcançar um equilíbrio emocional adequado a uma boa gravidez, como preparar um parto humanizado (ainda tão pouco falado), etc. A propósito, porque não se divulga mais esta possibilidade?

Através da sua preparação poderão despistar possíveis complicações futuras e assegurar uma vida mais saudável em todos os aspectos, além de mais tranquila, para toda a família.

Se quisermos uma sociedade mais equilibrada teremos que olhar para as condições que proporcionamos a todas as mulheres que decidem ser mães.

Ninguém pode substituir uma mãe nos primeiros 2 a 5 anos de vida de uma criança, por muito boa que seja a pessoa ou a instituição onde muitas mães delegam o seu papel. Como educadora e formadora de caráter, ela é única. Daí aquele ditado que diz que por detrás de um grande homem existe uma grande mulher. Ele é válido para todas as esposas nessa situação, mas e sem invalidar estas, não deixa de ser ainda muito mais válido para todas as mães desses homens. A mãe foi a primeira mulher que conheceram nas suas vidas.

É óbvio que existe a individualidade de cada um, mas quem não gostaria de nascer num lar harmonioso e equilibrado, verdadeiramente desejado desde o primeiro momento e tendo até sido gerado com muito amor?

Gostaria ainda de reconhecer todas as mães solteiras que por qualquer motivo chegaram a essa situação. Infelizmente muitas delas fazem papel de pai e de mãe ao mesmo tempo o que não deve ser nada fácil, mas não lhes resta outra alternativa.

Como homenagem ao dia das mães seria talvez interessante avaliarmos a qualidade de vida de uma sociedade através da qualidade das mães dos cidadãos dessa sociedade (e já agora, aproveitando a carona, da qualidade dos pais também!!!